Os responsáveis pela criação da Visita Virtual foram os jovens Ingrid Ostan, arte educadora do IFF, e Ícaro Ostan, mestrando em engenharia mecatrônica na USP de são Carlos.

“Durante a pandemia, foi difícil não se preocupar com a maneira com que continuaríamos o nosso trabalho no IFF. Pelo fato de lidarmos com exposições, o apelo visual é imprescindível para a experiência da visitação, o ambiente da exposição é o que gera imersão e aproximação do público com a obra de arte. Durante o início da quarentena, busquei ideias para propor ao IFF, contribuindo para o acesso a distância pelo público. O que eu buscava era uma forma de imergir o visitante no espaço e as melhores opções eram o Street View e o Vídeo 360o. Entretanto, cada abordagem possui funções específicas, vantagens e desvantagens.

Para obter informações mais relevantes, entrei em contato com o Ícaro Ostan, meu irmão, que estava fazendo mestrado na área de tecnologia, com maior conhecimento do tema, ele poderia me indicar o melhor caminho a seguir. Ele perguntou-me sobre a tentativa de fazer algo diferente, que fosse acessível ao orçamento e inovasse a maneira como as tour online são construídas. Foi nesse momento que surgiu a ideia de unir nossos conhecimentos e criar uma tour virtual gamificada. Conversando com a Coordenadora do Instituto Figueiredo Ferraz, Rejane Cintrão, e, compartilhando do vasto conhecimento museológico tanto nacional e internacional que ela possui, resolvemos A escolha da exposição foi a parte mais simples. Inaugurada no IFF um dia antes do fechamento ao público, por conta da pandemia, a exposição “Outras Paisagens” com obras do acervo e curadoria de Rejane Cintrão. Por esse motivo, ninguém ainda a havia visto, o que me levou a pensar na oportunidade de a exposição ser visitada. Essa escolha também possuía vantagens em termos práticos: por ser uma área de menor espaço, com menos estruturas arquitetônicas e uma quantidade menor de obras de arte expostas, todos esses detalhes aceleraram os processos de desenvolvimentos e facilitaram a modelagem do ambiente.

Desenvolver esse projeto foi um processo intenso e gratificante, tivemos que fazer adaptações até que ele se tornasse adequado. Nesse sentido, acredito que foi muito importante unir diferentes áreas de conhecimento para um objetivo em comum. No caso, a união dos conhecimentos do meu irmão, formado em engenharia mecatrônica, e dos meus em gestão em museologia, gerou resultados incríveis, demonstrando ser Possível unir diferentes áreas para tornar a cultura mais acessível. Naturalmente, tivemos várias dificuldades pelo caminho, como, por exemplo, refazer algumas obras tridimensionalmente, ou disponibilizar a aplicação no site oficial, que não foi possível por motivos técnicos. A maior dificuldade que tive, foi a de criar um site com pouco conhecimento prévio sobre o assunto, para disponibilizar a tour virtual. No final, a melhor parte foi ver o trabalho pronto, é claro, mas, principalmente, ver os benefícios trazidos para os atendimentos do Programa Educativo e também continuar desenvolvendo o site com a equipe do IFF.”